A SEDENTA E O BOM SAMARITANO (Rio Claro/SP)

“Meu marido e eu nos conhecemos ainda na primeira infância. Crescemos morando próximos, sendo que ele, antes de pensar em ter qualquer coisa comigo, chegou a namorar minha irmã, pois ambos regulam de idade. Nossas famílias sempre foram próximas. Meu nome é Verônica, tenho vinte e nove anos; casada com o Jonas: trinta e três. Morávamos em sítios vizinhos, numa área rural de Rio Claro, interior do estado de São Paulo.

Minha irmã e o Jonas tiveram um namorico quando tinham treze para quatorze anos; coisa de criança assanhada. Já eu, comecei a namorar o Jonas muito tempo depois, quando completei dezesseis; sendo que ele estava perto de completar vinte… Aí não nos largamos mais. Nos casamos uns dias depois que fiz dezoito.

Como moramos numa região bem afastada em relação ao restante dos bairros da cidade, tivemos que nos preparar para o mercado de trabalho aproveitando as poquíssimas oportunidades que iam aparecendo. Jonas se tornou eletricista contratado pela prefeitura de uma cidade vizinha, enquanto eu me tornei cabeleireira.

Tenho cabelos castanhos claros, um metro e sessenta e dois de altura e olhos azuis. Jonas tem a pele clara, cabelos compridos, olhos verdes e um metro e oitenta e dois.

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Perdíamos noites de sono imaginando como seriam nossos filhos, como essa nossa mistura iria determinar nossas crianças. O problema é que não consegui engravidar de jeito nenhum, por mais que tentasse. A princípio, imaginei que o problema estivesse em mim, até descobrirmos que Jonas possui uma doença incurável, ligada ao sistema nervoso, chamada “Ela”: Esclerose Lateral Amiotrófica. Também diabético (outra descoberta acidental), não só teve que deixar de lado o sonho de ser pai, para passar a lutar contra diversos tipos de paralisia, já que a esclerose sabota as células nervosas e reduz a funcionalidade dos músculos. Acabou que em menos de dez anos, já estava aposentado do serviço público e precisando de uma cadeira de rodas para se locomover, o que o faz tomar mil e um medicamentos e ser submetido a sessões de fisioterapia três dias por semana.

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Toda essa condição acabou me aproximando tanto de Deus quanto do Demônio. Explico: se por um lado era elogiada por todos (familiares nossos, amigos e conhecidos), já que nunca me utilizei daquela maldita doença para justificar o divórcio e a chance de recomeçar minha vida, por outro, acabava me sentindo a pior puta do mundo pelas coisas que fazia as escondidas, isso enquanto Jonas enfrentava os piores dias da vida dele.

É que no começo, apesar das dormências e formigamentos, apesar das câimbras e das dores localizadas, Jonas era o marido comum que queria sexo sem dias específicos e sem hora marcada. Muita mulher não gosta, mas eu, especificamente, adorava ser despertada com ele já me despindo, já me chupando ou simplesmente me acariciando. Também adorava quando íamos para a cama já sabendo que o foco não era pela qualidade do sono. O problema é que a doença, pouco a pouco, foi acabando com tudo isso. De repente, apesar dos vinte e poucos anos (à época), parecia um homem de sessenta; devido, principalmente, a uma ou outra condição motora e aos problemas de ereção.

Mas ele não entregava os pontos. Tinha dias em que o sexo oral durava mais de meia hora, dias em que, se eu não gozava nos dedos dele, arranjava um jeito de gozar nos meus, assistindo dezenas de filmes pornográficos, dos mais diferentes estilos.

Mesmo com o avanço da paralisia do Jonas, ainda falando desse campo sexual, parece que sempre surgia alguma boa ideia, sempre algum atrativo emergencial. Um dia, com o consentimento dele, fui até uma cidade próxima e comprei dois consolos: um que imitava uma pele mais clara, de uns dezoito centímetros; e outro imitando pele negra, bem negra, de uns vinte e um centímetros. Parece tolo, mas me lembro que esta pequena iniciativa nos deu uns seis meses de muita diversão. Jonas, normalmente, se encarregava de me foder com os consolos, às vezes com um na minha boca e outro na minha buceta, às vezes com ambos na minha buceta ou… comigo de quatro, com um na frente e outro atrás: um no cuzinho e outro na minha xaninha. Gozava igual uma doida, imaginando gente conhecida ou famosa, me fodendo de tudo quanto é jeito. Meu pecado foi não ficar apenas na imaginação.

Traição é um negócio bem complicado, pois você se entrega à tentação pela primeira vez e, tenha certeza, só vai parar de trair se for descoberta. Lembro-me até hoje cada detalhe da circunstância: fazia dois meses que entre Jonas e eu não rolava nada, nem mesmo as brincadeiras. Meu prazer era completamente solitário, me masturbando no banho ou na cama, principalmente nos dias em que ficava sozinha por causa da fisioterapia. Nem uso isso para justificar meu erro; mas, o diabo, ao me ver quase subir pelas paredes, enviava a tentação todos os dias em que pedíamos galões de água para abastecer nosso bebedouro. Apesar de ter me casado com um homem quatro anos mais velho que eu, sempre tive uma tara por rapazes mais jovens e, para meu azar, o entregador era um rapaz de dezoito para dezenove anos, moreno, de cabelos castanhos e corpo esguio. Encostava a bicicleta em algum canto da frente de nosso sítio e vinha com os dois galões, um em cada ombro, sempre usando a camiseta azul do local em que prestava serviço e calça de moletom. O detalhe é que ele nunca parecia estar usando cueca, pois era impossível não reparar naquele pau espetando a calça ou chacoalhando aqui e ali.

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As segundas, quartas e sextas, outro rapaz, este chamado Bernardo, que trabalhava como motorista na clínica de Araras, cidade do lado da nossa, onde Jonas fazia as sessões de fisioterapia; vinha buscá-lo perto das oito da manhã. Era um rapaz negro, de vinte e dois anos, muito paciente, forte e visivelmente tímido. Empurrava a cadeira de rodas até lá fora, depois, nunca se negava a pegar Jonas (que já havia perdido bastante peso) no colo para acomodá-lo no carro. Colocava a cadeira no porta-malas e partiam para a clínica, só retornando por volta das quatorze horas.

Num desses dias em que estava sozinha, acho que saí de mim: enquanto me masturbava, peguei o telefone e chamei o rapaz da água, mesmo ainda tendo um galão completamente cheio. Vesti um cropped branco (sem sutiã), saia jeans e uma lingerie bem pequena. Em seguida coloquei uma cadeira lá fora e fiquei esperando, com meu coração parecendo pulsar em minha xaninha molhada.

Quando o rapaz chegou, corri para abrir o portão. O safadinho me secou desde o primeiro momento. Largou a bicicleta perto do pé de manga e pegou os dois galões. Ao entrar em minha casa e não ver meu marido na sala, assistindo TV como sempre, perguntou:

– Seu Jonas não está?

Respondi que não, depois citei algo sobre a fisioterapia. Enquanto conversávamos, alternava o olhar entre os olhos dele e aquele pau rebelde, espetando a calça. É claro que o safado já tinha percebido, inclusive nas vezes anteriores em que veio trazer água e, apesar de nunca chegar a insinuar qualquer coisa, também não ficava tímido não. Gostava de me ver olhando.

Chegamos na cozinha e ele percebeu o galão vazio no bebedouro, mas o outro cheio no chão.

– Caramba, você ainda tem um.

Banquei a atriz.

– Nossa, imaginei que os dois já estivessem vazios. Perdão, Gustavo…

– Nada, que isso! – exclamou, fazendo um “não” compreensivo com a cabeça. – Coloco um cheio no bebedouro, deixo outro e levo esse vazio. Não tem problema não.

– Tá bom, vou limpar o galão.

E corri para pegar o paninho com álcool. Agachei com aquela sainha curta e, enquanto higienizava o recipiente plástico, ao invés de girar o galão, fui girando em torno dele, abrindo as pernas ocasionalmente,  toda oferecida, toda puta. Nunca havia traído Jonas e, talvez, isso explique meu nervosismo, a respiração encurtada, o suor. Minha bucetinha até latejava, principalmente enquanto notava os olhares do Gustavo e aquele volume em sua calça.

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Quanta coisa passou em minha cabeça. Ao mesmo tempo em que pensava naquele rapaz me comendo ali mesmo na cozinha, pensava no meu marido descobrindo tudo, chorando, cobrando respostas. Em troca de pensar naquela rola jovem se esfregando na minha  boca e na minha bunda, pensava em Jonas virando chacota entre os vizinhos. O problema é que o prazer cega a gente… Quando me levantei, cravei o olhar no volume das calças do entregador e indaguei, com falsa surpresa:

– O que isso, Gustavo?  

Ele se encolheu, tímido ou fingindo timidez.

– Dona Verônica, mil perdões. Vou trocar o galão e ir embora. Não comente nada com o Seu Jonas, por favor. Preciso do emprego…

– Fique tranquilo, não vou comentar. Só quero que também não comente nada com ninguém, pois esse tipo de coisa se espalha rápido e nunca termina bem. Posso confiar em você?

Ele juntou as mãos, como quem reza diante de um santo no altar.

– Juro pela minha mãe!

– Vou acreditar, hein?

– Pode acreditar!

Sorri para quebrar o clima.

– Viu minha calcinha, né? – indaguei sorrindo meio sem jeito. Enquanto ele fazia que “sim” com a cabeça, continuei, meio tomada pelo tesão, meio tomada pela loucura. – Viu nada… qual a cor?

– Branca!

Levantei o vestido para mostrar que havia acertado.

Gustavo arregalou os olhos e respirou fundo, 

– Melhor você ir embora. – falei.

Ele nem tentou me convencer de que era melhor ficar. Encaixou o galão cheio no meu bebedouro, pegou os outros dois e saiu andando depressa, com o pau duro quase rasgando o moletom, sem se despedir e nem cobrar pela água que havia deixado. Subiu na bicicleta e sumiu.

Jurei a mim mesmo que não faria mais aquilo. Na minha cabeça: nem água naquele lugar iria pedir mais. Porém, como mencionei anteriormente: o prazer cega a gente. Na sexta-feira seguinte, assim que Jonas partiu para a clínica, tirei do armário um vestidinho tão curto que nunca criei coragem para usar, vesti e depois pedi água. Gustavo chegou mais cabisbaixo que de costume. Encostou a bicicleta na árvore e quando se preparava para apanhar os galões, dei uma de esperta e joguei o “verde para colher o maduro”:

– Não guardou o segredo que disse que guardaria, hein?

– Guardei sim! – protestou o rapaz, com olhos arregalados.

Era o que precisava. Sorri para acalmá-lo, depois disse que novamente só precisaria de um galão. Ao entrarmos em casa, o empurrei, derrubando-o sentado no estofado. Servi um copo de suco de laranja, depois lhe falei algumas coisas aleatórias, até culminar outra vez na pergunta: “Quer ver minha calcinha?”

Dessa vez levantei o vestido, mas não pedi que ele fosse embora. Sentei-me ao seu lado no sofá e, papo vai, papo vem… lancei no ar a dúvida sobre ele usar ou não cueca. O safadinho não teve outra alternativa a não ser admitir que não tinha o costume. Rimos um pouco, depois criei coragem e perguntei se teria coragem de me mostrar.

– Se o Seu Jonas descobrir isso eu…

– Não vai descobrir! Este segredo é só nosso… Não foi isso que combinamos?

Gustavo moveu a calça e colocou o pinto para fora. Apesar de bem duro, teve que puxar a pele para me mostrar aquela cabeça inchada, que até brilhava de tanto tesão. E que pau delicioso. Era o tipo de pau que, mesmo tão ereto, mantinha-se reto, sem a curvatura do pau do meu marido, nos longínquos dias de glória dele.

– Tô confindo em você… – murmurei.

Ele voltou a jurar que jamais contaria a quem quer que fosse.

Perguntei se poderia tocar e recebi a permissão através de um gesto. Então fiquei quase cinco minutos batendo punheta. Vez ou outra, cuspia na mão e espalhava saliva para não machucá-lo, até perder completamente a noção e me ajoelhar entre suas pernas, prender meu cabelo, arregassar a pele e chupar o segundo pinto da minha vida. Estranho e tentador, mas ali, com o Gustavo, um rapaz com menos de vinte anos, me senti a professora ensinando o bê-á-bá para o aluno sedento por aprendendizado.

De repente fiz com que se levantasse e se despisse, depois o puxei pelas mãos até o banheiro. Embaixo da ducha, foi a vez da língua dele me dar prazer. Esfreguei a bunda com força naquela boca e naquele pau, ainda dentro do box, até nos enxugarmos e irmos para o quarto.

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Como nem ele e nem eu tínhamos preservativo, transamos sem proteção. Com Gustavo sentado na beirada da cama, sentei em seu colo e rebolei naquela rola igual uma biscate. Fodi aquele pinto até receber tanta porra que sujou minha virilha, minhas coxas e meu lençou. Todo sem jeito, meu aluno se desculpou por não conseguir segurar… Sorri com compreensão. Passei um pouco do esperma da minha buceta nos meus lábios e depois o beijei.

Nas semanas seguintes, em algum dia de fisioterapia, Gustavo sempre vinha me trazer água, mesmo quando nenhum dos meus galões estavam vazios. Sem mais rodeios, já íamos direto para o meu quarto, transar na cama em que dormia com meu marido. Um dia, parei de cavalgar para correr até o guarda roupas e pegar um dos meus consolos. Montei de novo no Gustavo, de costas para o rosto dele e de frente para seus pés; encaixei a rola na minha xaninha e me empinei toda para enfiar o consolo no meu cuzinho. Depois, de quatro, quem violentou meu rabinho com o pau de borracha, enquanto fodia minha buceta, foi meu dedicado aluno.

– Se quiser, tenho um amigo que faz entrega de água em outros bairros… – murmurou.

– Não falou da gente pra ele, falou?

– Não, claro que não!

– Melhor não mexer com isso… tenho medo que alguém descubra. – adverti.

O problema é que já estava agindo feito uma drogada. Quando fui “pedir água” da próxima vez, maluca das ideias, autorizei que conversasse com o amigo, mas que tomasse o cuidado necessário para não deixar que aquele segredo deixasse de ser segredo.

Uma hora depois estavam os dois na minha sala: Gustavo e o outro entregador, cujo nome era Jorge. Era um rapaz alto e magro, branquinho, de vinte anos e cheio de tatuagens, com cara de sem-vergonha e um pau com a cabeça rosa que pedia beijinhos. Foi a primeira vez que enfiei dois na boca… Dei sem camisinha de novo, para os dois. No começo, enquanto conhecíamos melhor o novo integrante da escolinha, ficamos meio que no tradicional: sentava no colo de um enquanto chupava o pau do outro, intercalando para que ninguém ficasse com ciúmes. Depois, junto com a intimidade que naturalmente foi nos alcançando, já estava sendo feita de sanduíche e levando dois pintos na buceta ou um na buceta e outro no cu. Como Gustavo tinha um pau maior, fodia minha xaninha e deixava meu cuzinho rosa pro pinto rosa do Jorge.

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Eram extremamente educados e carinhosos, tanto que ouviam a tudo sem contestar. Marcamos mais vezes e nosso entrosamento só melhorava. Passaram a me dar uns tapas, a gozarem juntos nos meus seios, no meu rosto, na minha boca. O ápice foi quando novamente me fizeram de recheio do sanduíche e enfiaram os dois paus no meu rabo, dupla penetração anal… Passei o resto da semana a base de pomada, mas foi tão gostoso que até tremia só de relembrar ou desejar que “abusassem” de mim daquela forma novamente. Experimentei, pouco a pouco, a felicidade e orgulho em relação ao dever cumprido, tal qual uma professora deve sentir na formatura de seus alunos prediletos.

O meu contato era sempre o Gustavo que, quando convocado… ou vinha sozinho ou trazia seu amigo do pau rosa. Mas aconteceu que um dia, quando enviei mensagem, ele me falou que não estava trabalhando, mas que estava ali perto, ajudando um amigo a fazer um reparo numa motocicleta. Buscando me atiçar, caprichou na descrição do amigo: negão, dezenove aninhos, altura mediana, cara de safado… Minha bucetinha quase bateu palmas, mas o pouco de juízo que ainda tinha àquela altura, me pedia cautela. O problema é que Gustavo era bom de conversa e de convencimento. Garantiu que o amigo era discreto, que namorava sério e, por isso, jamais contaria algo a alguém.

Vinte minutos depois, estavam os dois em casa. Começaram me chupando inteira, depois foi minha vez de chupar meu velho aluno e meu aluno novo. O problema é que alguém bateu palmas lá fora… Meu coração quase saiu pela boca. Pedi que ficassem quietinhos, me vesti e fui ver quem era. Ufa, era Jorge, o pau rosa. Fiquei brava com Gustavo, que não me falou nada sobre também tê-lo chamado, mas relevei e deixei meu outro velho aluno entrar na escolinha.

E de repente lá estava eu, ajoelhada em minha cama, com três rolas se esfregando na minha cara: a rola do meu entregador de água predileto, a rola da glande rosinha e a rola grossa e preta do meu aluno novo. Um detalhe importante é que o único que se atentou de trazer preservativo foi o negão, mas em algum momento, enquanto me arregaçava, ao ver os amigos me comerem no pelo, sem que eu percebesse, também arrancou a camisinha. Gustavo gozou na minha boca e eu engoli tudo. Jorge, sem timidez nenhuma, encheu meu cuzinho de porra. Já o negão, fez a mesma coisa, mas com minha bucetinha. Foi tudo tão gostoso que nem vi a hora passar, tanto que tive até que apressar os meninos que, mesmo assim, acabaram partindo no limite do horário em que meu marido retornava da fisioterapia

Os três me deixaram tão exausta, que dormi a tarde toda…

Exatos três dias depois, no sábado, por volta das onze e meia da manhã, estava no quarto separando as roupas que havia acabado de colher do varal, quando ouvi o telefone tocar. O aparelho ficava na sala, numa mesinha de madeira, bem ao lado de onde Jonas se sentava para ver TV. Ele atendeu e me chamou.

Era Raquel, comadre nossa (Jonas e eu batizamos a filha mais velha dela), casada com o compadre Thiago. Os dois haviam estudado com Jonas: ensino fundamental e parte do médio. Moravam a três quarteirões de nossa casa. Tentou me enviar mensagens, mas como havia deixado a bateria do celular acabar, teve que apelar para o telefone fixo. Queria contratar meus serviços de cabeleireira, pois, iria, ainda naquela noite, no casamento de um amigo do esposo.

Juntei meus apetrechos, me despedi de Jonas e fui caminhando. Ao chegar, a recepção foi tão boa que devo ter ganho um quilo e meio… Comi bolo de cenoura com cobertura de chocolate, comi pipoca doce e bebi refrigerante.

As duas meninas me adoravam. Raquel, que não me via há algum tempo, tinha um milhão de fofoquinhas para dividir. Thiago, o compadre, me contou piadas, brincou com a estampa da minha blusinha (branca com dezenas de moranguinhos vermelhos), colocou meu telefone para carregar, depois foi cuidar de suas coisas enquanto eu tingia o cabelo da comadre, antes de aparar as pontas e fixar o penteado.

Perto das quatro da tarde, sentada no sofá, via as crianças brincarem absortas no tapete, enquanto Raquel havia ido buscar a carteira para me pagar. Thiago aproveitou e se aproximou nas pontas dos pés, sussurrando ao meu ouvido:

– Não conte nada para a Quél… Mas o que acha de ir comigo lá em Cordeirópolis? Vinte minutinhos para ir e vinte para voltar, conversando passa até mais rápido. Tenho que deixar uma caixa de formulários para o pessoal conferir na segunda.

Ele era dono de um escritório de contabilidade na cidade vizinha.

– Não posso, Jonas está me esperando. – sussurrei também.

– Depois você diz que se atrasou com o cabelo da Quél. Tenho um casório pra encarar, não vou demorar. Espero você sair e depois saio em seguida. Aqui na rua detrás não passa ninguém. Pode me esperar em frente à Cerâmica… hoje nem abriram. Aquele lugar é um deserto.

Nisso, os passos de Raquel fizeram barulho. Thiago se afastou rapidamente e eu fiquei fazendo cara de paisagem, fingindo que prestava alguma atenção nas meninas, que ainda brincavam de cozinhar com suas panelinhas coloridas e seus talheres de plástico.

Guardei o dinheiro, me despedi de todos e fui embora. Passei pela porteira do sítio convicta de que não havia chance alguma de desviar os passos para um rumo que não me levasse diretamente para casa. “Esperar em frente à cerâmica? Que nada! Jamais! Mas o que será que havia dado no compadre para me fazer aquele convite?”

Thiago não era um cara bonitão, mas também não era feio. Era alto, corpo de quem malha e um jeitão de homem, sabe? Tipo aqueles caras que exalam macheza. Jeito de quem não tem medo nem de rato e nem de bandido.

Raquel era meio desbocada… Vivia contando coisas íntimas dos dois. Vivia falando sobre a “disposição” do marido, sobre a pujança dele no sexo. Segundo ela, na hora de transar, ele não aliviava não: botava com força e empurrava tudinho.

Resumindo: quando percebi, já estava caminhando para o caminho contrário ao da minha casa. Cheguei em frente à cerâmica e aguardei menos de cinco minutos, até Thiago chegar com sua caminhonete branca e se inclinar todo no banco do motorista para puxar a alavanca e abrir a porta.

Entrei um tanto quanto assustada. Perguntei o porquê de ter me chamado, mas ele só desconversou. Passamos os minutos do curto trajeto até Cordeirópolis falando sobre Raquel, sobre Jonas, sobre coisas fúteis relacionadas a nos mesmos. Foi um papo bem descontraído e respeitoso. Em frente ao escritório, só Thiago desceu. Deixou a caixa por lé e rapidamente retornou à caminhonete.

Entretanto, o caminho de volta foi bem diferente. A impressão que tive, era de que o Thiago que desceu do carro não era o mesmo que havia subido…

– Você precisa tomar cuidado com aqueles moleques. – disse ele, de repente.

A carapuça serviu, mas fingi que não:

– Que moleques?

– Os moleques que entregam água. Pensa que não contam as coisas que fazem com você, mas contam sim, viu? Numa dessa, a história chega aos ouvidos do compadre e você se complica. Tenho certeza de que ele não está sabendo de nada disso, está?

Meu coração quase explodiu, mas continuei negando:

– Não sei do que está falando.

– Verônica, não sei se percebeu, mas eles tiraram até fotos. Acho que não espalharam, não são bobos de fazer isso… Mas para ter uma ideia: até cheguei a ver algumas. Tem uma que você tá de quatro na cama, toda arrebitada, com o moleque socando o pau no seu cu. Tem outra que estão te comendo juntos, um por cima e outro por baixo; minha dúvida, até agora, é só em relação a quem tirou a foto. Cheguei a imaginar que pudesse ser o próprio Jonas, mas não acho que seja muito a cara dele.

Entreguei os pontos:

– Compadre, o Jonas nem suspeita. Juro que nunca mais vai acontecer. Pode ter certeza de que tiraram sem que eu percebesse, nunca concordaria. Vão apagar imediatamente, pode ter certeza. Foi um momento de fraqueza e…

– Entendo, mas você precisa ser mais esperta. – interrompeu ele. – Não dá pra confiar nesses moleques. Eles não têm compromisso com nada, gostam de contar vantagem, gostam da fama de comedor.

– Mas obrigado por vir falar comigo, viu?

Thiago balançou a cabeça verticalmente, sorriu um sorrisinho de compreensão, porém, em seguida pareceu que não havia se contentado com meu agradecimento, pareceu que, como retribuição pela ajuda, queria algo a mais… pois, mantendo uma mão no volante, ergueu um pouco o quadril e foi com a outra abrindo lentamente o zíper da calça jeans. Colocou aquele pinto grande, ainda mole, para fora e fez um movimento com a mão, como que me dando uma ordem. Por eu ter ficado imóvel, sem reação diante daquela loucura, verbalizou:

– Vem cá, dá um beijinho no meu pau.

Arregalei os olhos.

– Vai ter coragem de fazer isso com seu compadre… com seu amigo? – indaguei indignada.

– Você é esposa e teve. – retrucou ele.

E nessa briga de argumentos, acabei vencida. O recado era claro: fazia o que ele queria ou Jonas seria apresentado à minha promiscuidade. O engraçado é que se o compadre fosse melhorzinho de conversa, teria tudo o que quizesse sem precisar usar aquela baixeza toda. Mas no final das contas, as coisas são como são, não há remédio.

Soltei o cinto de segurança e fiz somente o que ele pediu: dei um, dois, três beijos na cabeça do pau dele… Isso até o canalha entrelaçar os dedos no meu cabelo, atrás da nuca, e empurrar minha cabeça, socando aquela rola grossa e grande quase toda na minha garganta.

Ficou dura dentro da minha boca, engasguei, quase vomitei. Uma lagrima solitária escorregou pelo meu rosto, tossi e olhei para ele com os olhos de vítima indignada com a frieza do agressor. Inclinei-me novamente e voltei a chupar, um pouco porque era o que devia fazer e outro pouco porque (culpo-me por admitir), apesar dos pesares, havia me excitado com aquilo.

Num dado momento, o compadre soltou o botão da calça e a empurrou até o meio das coxas, erguendo ainda mais o quadril para que eu chupasse também o seu saco. Ficou tentando me fazer botar suas duas bolas na boca, à força, dando inclusive alguns tapinhas na minha cara. Depois, enquanto eu voltava a mamar seu pau, se esticou todo para enfiar a mão dentro da minha calça, pelas minhas costas. Com o dedo cheio do cuspe que tirou da minha boca, forçou a entrada do meu cuzinho até conseguir socar o dedo todo, quase chegando a me machucar.

Quando faltava pouco para chegarmos próxima ao meu sítio, onde depois me deixou, gemeu e gozou. Estava tão excitado que os jatos sairam com força. Nunca vi ninguém gozar tanto. Tentei abrir o vidro para cuspir, mas estava travado.

– O vidro não vai abrir, assim como a porta. – murmurou maliciosamente. – Engole, sei que gosta, depois te deixo descer.

Falou com tanta convicção, que me fez concluir que aqueles moleques realmente haviam espalhado por aí todos os meus segredos. Engoli, desci sem me despedir, depois parei ante a porteira e liguei para o Gustavo. Só não gritei, pois o assunto não permitia, mas exigi que apagasse todas as fotos que tirou às escondidas… e que nunca mais citasse meu nome por aí. Não nos vimos mais depois daquilo.

Eram seis e trinta e seis da noite quando entrei em casa. Jonas estava na sala, no canto em que costumava ficar, porém, com a TV desligada.

– Deu tudo certo lá com a comadre?

– Sim.

– Caramba, acabou agora o cabelo dela?

Quase pude tocar a ironia que aquela frase ocultava.

– Quase agora… Conversamos um pouco, fazia algum tempo que não nos víamos.

Ele suspirou.

– Mas Raquel me falou ao telefone que você foi embora por volta das quatro.

Demorei alguns segundos para dizer algo…

– Por que essa desconfiança?

– Porque vieram me contar que, um pouco depois desse horário, inexplicavelmente te viram andando na rua do antigo curtume, ali perto da Cerâmica. Esperou alguns minutos e depois entrou na caminhonete do compadre. O que foi fazer com ele?

– Quem te contou?

– Não importa!

– Prefere acreditar nos outros?

Jonas sorriu com tristeza.

– Então vamos fazer assim: vou te ajudar a provar sua inocência. Vou ligar para o compadre e para a comadre e pedir para virem aqui. Quero ver ele explicar para mim e para a mulher dele o que vocês fizeram das quatro e pouco até agora…

E já foi se esticando para apanhar o telefone.

– Não faça isso, por favor! Vamos conversar! – exclamei.

Jonas recuou.

– Então me conte a verdade!

– Precisava conversar, precisava desabafar com alguém. As coisas também não têm sido fáceis para mim…

– E preferiu se abrir com o compadre do que com a comadre? Ah não, vou ligar para eles. Estou ficando cada vez mais confuso…

E voltou a esticar o braço em direção ao aparelho.

Projetando a reação de Raquel caso tudo viesse à tona, me sentei no sofá, respirei fundo e busquei apenas diminuir os danos:

– Não precisa ligar para ninguém, você é casado comigo, não com eles. Vamos poupar a comadre e as crianças. Eu vou contar o que aconteceu, prometo.

Jonas recuou novamente.

– Por favor!

– Caso te conte a verdade, toda a verdade… Promete que vai ficar apenas entre nós? Cresci com pais separados e sei como é difícil.

– Se contar a verdade: sim!

Respirei fundo outra vez.

– Thiago me chamou para ir a Cordeirópolis, no escritório dele. Acabou me pegando num momento de fraqueza, por tudo o que vem acontecendo com a gente. Juro que nem desci do carro, juro por Deus. Não transamos…

– Não está falando a verdade, Verônica!

– Não transamos!

– Verônica…

– Trocamos carícias!

Jonas elevou o tom da voz:

– Achei que, pelos anos de convivência, teria ao menos a consideração de me dizer a verdade.

Apesar de aparentar controle, os pés e mãos do meu marido tremiam como nunca.

Dei então a ele o que queria:

– Fiz sexo oral e só, juro que foi tudo o que aconteceu!

– Não aconteceu mais nada?

– Ele me acariciou! Foi só isso, juro!

– Tudo bem então… – murmurou. – Suma da minha frente!

Fui para o quarto, tomei banho e me deitei. Demorei muito a pegar no sono, sem contar que fiquei acordando de meia em meia hora. Jonas ficou na sala… ficou é um modo de descrever a noite em claro que o coitado passou.

No início da semana seguinte, entregadores de uma loja de móveis vieram trazer cama e colchão, que foram colocados num quarto que não utilizávamos. Depois veio um rapaz para fazer a montagem. Jonas passou a dormir por lá, enquanto eu permaneci no quarto. Continuávamos sem trocar nenhuma palavra.

Quase uma semana e meia depois, arrumei parte das minhas coisas. Eram duas malas e outras duas sacolas plasticas. Encontrei meu marido na sala, penteando os cabelos enquanto assistia uma novela de época.

– Jonas, quero te pedir desculpas mais uma vez. – disse e, mesmo ciente de que ele não responderia nada, fiz a pausa da esperança; só depois retomei. – Já ajeitei minhas coisas. Estão no quarto. Peço para alguém buscar o restante depois. Vou embora.

Ele moveu a cabeça lentamente, me olhando nos olhos pela primeira vez depois de vários dias.

– Vai para onde?

– Vou morar com minha irmã.

– Se quiser ficar aqui, não vejo problema.

A casa já era dele antes de nos casarmos; o avô deixou para o pai, o pai deixou para o filho.

– Não consigo mais. Sinto que estou fazendo ainda mais mal a você, a mim também. Acho que a melhor coisa é ir mesmo procurar meu caminho. Desejo, do fundo do meu coração que as coisas se acertem, para você e para mim.

– Mas você quer ir embora?

– Não depende só de mim… As coisas estão insustentáveis.

Ele libertou um sorrisinho tímido.

– Então não vá! Estou te pedindo!

– Para ficarmos ignorando um ao outro dia após dia?

Jonas estendeu a mão e me encarou com aquele par de olhos marejados.

– Vem aqui, senta no sofá e assiste a novela comigo. Esquece essa história toda.

Fiquei imóvel por quase cinco segundos, depois acabei concordando. Primeiro me sentei ao lado de Jonas, mas alguns minutos depois já estava me deitando, com a cabeça sobre as pernas dele. As noites de sono dos últimos dias haviam sido tão conturbadas, as horas que deveriam ser de descanso foram tão caóticas… que de repente dormi enquanto meu marido afagava minha cabeça.

Acordei com o sobrinho do dono do restaurante, que sempre nos servia, entrando em casa após ser autorizado, para colocar a pizza sobre a mesa de jantar, receber o pagamento e depois se despedir, correndo para não atrasar as outras entregas.

Metade lombo, metade frango com catupiry.

Comemos, assistimos o telejornal da noite, depois retomamos a conversa:

– Pensei em bastante coisa enquanto você dormia. – foi dizendo meu marido. – Condenei você pelo que aconteceu, mas depois me lembrei que você é saudável, o doente sou eu. Sou um doente egoísta que não quer te perder, mesmo não conseguindo mais ser um homem de verdade…

– Não fala assim.

– Falo, falo sim. Não posso te penalizar por meus problemas de saúde, não é justo. Você é jovem e vai sentir atração e tesão, muito porque não terá condições de contar com a masculinidade do seu parceiro para te ajudar com isso. Mesmo assim, não quero te perder. Não consigo imaginar minha vida longe de você, Verônica.

– Eu também não. – concordei prontamente. – Prometo que não vou errar mais, não importa quanto tenha que me entreter com outra coisa, me masturbar ou fazer sei lá o quê. Prometo que…

– Não adianta prometer, pois você é humana e humanos sentem desejos e carências. Humanos erram e é normal errar.

– Mas eu prometo…

– Não precisa prometer nada. Enquanto você dormia, pensei numa maneira de resolver tudo isso, de forma que ninguém fique ferido, por mais que se machuque até se adaptar com a situação. – freou a tal ideia para beber um pouco mais de refrigerante. – O que acha de escolhermos um dia ou dois na semana, para trazer alguém que fique aqui em casa com você, alguém que não saia abrindo a boca por aí?

– Não, jamais…

– Calma, Verônica, calma… Pense que, se não fizermos assim, uma hora ou outra vamos acabar nos magoando outra vez, certamente por causa de algo como o que ocorreu. Sem falar que, caso aconteça, por aí… na rua, sempre tem alguém que flagra e sai sujando seu nome e o meu.

– Mas e você, como vai ficar nessa história?

– Eu vou ficar com você, vou ficar bem! Te amo!

– Também te amo!

Nos beijamos, depois Jonas prosseguiu:

– Sobre a outra pessoa: me encarrego de ajeitar tudo. Pensei em conversar com esse rapaz que acabou de vir trazer a pizza. Sempre que vem, não deixa de te olhar, mesmo tomando cuidado para que ninguém perceba. O que acha?

O sobrinho do dono do restaurante não, não… pelo amor de Deus. – pensei. Roger devia ter uns vinte e cinco anos, era meio estabanado e não aparentava ser do tipo que gostava muito de banho. Além do mais, o coitado chegava a ser tão sexy quanto um jabuti.

– Ele não, sem condições… – murmurei cheia de vergonha. – Não sinto atração nenhuma. E se falássemos com o Thiago, o compadre? Ao menos teremos a certeza de que ele não contará para ninguém, já que é casado.

Aí foi a vez de Jonas, bufar e desaprovar:

– Esse não! Com ele não quero nem conversa!

Pensei mais um pouco.

– E o rapaz que te leva para a fisioterapia? – sugeri, novamente com um sussurro.

Jonas gostou.

– O Bernardo seria uma boa, o problema é que só tem vinte e dois, vinte e três anos!

– Se ele aceitar, não vejo problema. Só não sei se podemos confiar que não dirá nada para ninguém.

– Magina, nele confio. O rapaz é sozinho por aqui. Veio da Bahia para tentar a vida em São Paulo, vive numa pensão em Araras, pertinho da clínica. Costumamos trocar altos papos. Bernardo é inteligente, porém reservado. É bem maduro para a idade. Acho que é a pessoa perfeita.

E dito e feito.

Na quarta-feira, Bernardo veio buscá-lo pela manhã, então foram conversando até a clínica. Quando retornaram por volta das duas, o rapaz ajudou meu marido a se sentar em seu canto do sofá, encaixou a cadeira de rodas ao lado da mesinha onde ficava o telefone e depois ficou parado, sem saber o que fazer ou falar. Jonas ajeitou as coisas:

– Verônica, Bernardo precisa de um banho. Pode mostrar a ele onde fica o banheiro? Depois arranje também uma toalha, por favor.

Minhas bochechas coraram. Respirei fundo e dei alguns passos, sendo seguida pelo negão, que, assim como eu, também parecia hesitante. Diante da porta, movi a maçaneta e empurrei, murmurando um “pode entrar” quase afônico.

Fui pegar a toalha e não demorei nem três minutos para retornar e me surpreender: a porta ainda estava aberta, com Bernardo nu, mas usando as duas mãos para tentar esconder seu sexo ou parte daquilo tudo.

– Seu marido falou comigo. – disse ele.

– É, imaginei…

– Quer tomar banho também?

Concordei colocando o resto do corpo dentro do banheiro, fechando a porta e me despindo devagar, peça por peça. Liguei o chuveiro, entramos no box e ficamos alguns segundos nos encarando, até eu tomar a iniciativa e lhe dar um beijo na boca.

– Jonas te pediu para não contar nada a ninguém?

– Pediu sim, pode ficar tranquila. Ele é um cara legal, não tenho como não ajudar.

– Hum, um bom samaritano…

– O que é isso?

Pedi que esquecesse. Estava morrendo de vontade de engasgar naquela rola grande, então coloquei a lingua no peito de Bernardo, fui me abaixando e deslizando a boca devagar. Peito, estômago, barriga e pinto. O rapaz, ainda meio aturdido, murmurou sobre os preservativos que havia trazido e que estavam no bolso de sua calça.

– Posso chupar sem camisinha e depois usamos? – perguntei.

Bernardo chacoalhou a cabeça num “sim” afobado. E não é que quando o circo pegou fogo, nem nos lembramos de nada? Começamos a transar ainda dentro do box, depois em pé no quarto que dividia com Jonas, depois em nossa cama. Mais uma vez tive que bancar a professorinha, mas não me importava não, pois até me excitava com isso. Ensinei Bernardo a chupar buceta, a foder devagarinho e a foder com força, a comer meu cuzinho com cuidado… pois aquela piroca não aceitava desaforo. No final ainda encheu meu rabinho de leite.

A SEDENTA E O BOM SAMARITANO RIO CLARO- sp 09

Quando acabou, tomou outro banho e depois foi embora. Esperei alguns minutos, me lavei também e só depois fui à sala. Sentei-me no sofá como se nada tivesse acontecido e fiquei bebendo água em pequenos goles, como quem não quer esvaziar o copo.  

– E aí? – quis saber meu marido.

– Legal. – murmurei, toda sem jeito.

– Com ele podemos ficar despreocupados. Nunca contará nada a ninguém e, além do mais, prometi ajudá-lo com o aluguel da pensão, como forma de agradecimento.

– Ele pediu dinheiro para transar comigo?

– Magina! Ficou tão empolgado com a possibilidade, que certamente até se disporia a pagar!

– Ah bom… – resmunguei.

Só interrompemos os risos para nos beijar.

Jonas:

– Se achar necessário, voltamos à discussão sobre a pessoa ideal…

– Não! – interrompi quase com um grito. – Vamos deixar o Bernardo mesmo! É bem discreto e passa por aqui toda semana… – tentei argumentar, sem poder abrir o jogo sobre o verdadeiro “x” da questão: aquela rola grande e preta que acabara de deixar meu cuzinho todo esfolado, com uma dorzinha latejante, mas desejando, com todas as forças, que o próximo dia de fisioterapia chegasse depressa…”

 

                                                                                                                                G.G.S.       – Rio Claro/SP

Observação: todos os nomes expostos no conto são fictícios, assim como certos detalhes que eventualmente possam causar constrangimentos aos envolvidos.

4 comentários em “A SEDENTA E O BOM SAMARITANO (Rio Claro/SP)”

  1. joaoaaa77sil@gmail.com

    Sou d Rio Claro
    Alguem p conversar?

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